quarta-feira, 27 de abril de 2011

O meu nome é Victoria - opinião

Este livro foi ganho num passatempo, não seria o tipo de livro que compraria, por erro meu, mas foi muito bom de ler. Não tinha qualquer conhecimento que a Argentina fosse um país com tantos problemas de liberdade. Os horrores que se vão descobrindo ao longo do livro são realidades que eu não conheço e que não pensava serem possíveis, a crueldade humana realmente não tem limites.
Esta é história de Analía, que descobre não o ser, que descobre que o próprio tio condenou os pais à morte e lhes roubou o bem mais precioso, a sua filha recém nascida e permitiu que fosse entregue a um dos casais que faziam parte da lista de amigos do regime para adopção de crianças.
Roubaram-lhe tudo, uma história, uma família, uma identidade e até 2 anos da sua vida.
Durante a narrativa, ela vai relatando todo o processo desenvolvido, interno e externo (com a acção de associações), exprime alguns sentimentos, relata a sua história, as suas lutas, as suas frustrações e desilusões.
Ao longo de um texto simples e corrido, que apenas peca por ser um pouco complexo, quando desenvolver o panorama político, e perde-nos um pouco aí; ela conta-nos um período da sua vida em que tudo foi posto em causa, conta-nos um pouco da realidade que vive, que o país viveu, conta-nos o seu regresso à vida e o renascimento de Victoria, a sua entidade roubada.
Um bom livro para se ler, para conhecer mais um pouco do nosso mundo, mais uma vida, mais uma história.

Sinopse:

Um testemunho único sobre o destino das crianças desaparecidas na Argentina durante os anos de chumbo da ditadura militar. Durante o período negro da ditadura argentina (1976-1983), os militares torturaram e assassinaram dezenas de milhares de pessoas. Nas prisões, centenas de bebés foram roubados às mães e entregues a simpatizantes do regime. Aos 27 anos, Victoria descobre que é uma dessas crianças. Na altura, dá ainda pelo nome de Analía e desconhece por completo a história trágica do seu nascimento. Não sabe que o seu próprio tio – torcionário e dirigente de um dos mais importantes centros clandestinos de detenção de Buenos Aires – teve mão activa no sequestro e assassínio dos seus pais, entregando-a de seguida, sob um nome falso, a uma família de militares. Após o colapso de toda uma vida de mentiras, Victoria tem de retomar as rédeas do seu destino e reconstruir inteiramente a sua história e a sua identidade. Prosseguindo a luta política dos pais, recupera o seu verdadeiro nome e faz-se eleger deputada em 2007.

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