segunda-feira, 28 de maio de 2012

Desalinhos#5

Não pensava fazer um post tão pessoal mas penso que ao iniciar uma nova etapa, temos de pensar sempre nos erros que cometemos no passado e sei infelizmente que não sou a única a cometê.los, por isso achei por bem escrever esta breve opinião em termos de relações humanas.

Quem segue este blog sabe que eu tinha formado uma "família", com os meus pequenos e com uma pessoa. Quem segue este blog, sabe também que fui para fora a trabalho, e que essa família foi me arrancada, destruída, não por mim penso (mas há sempre dois numa dança) de uma forma violenta e horrenda. Uma autêntica falta de respeito para com outra pessoa com quem se partilhou tanto e com quem se passou por muitos bons e maus momentos.

A realidade é que venho expor a realidade quanto a esta "família", ela existia, mas não pelas razões certas.
Vou escrever palavras que me poderão condenar enquanto as lerem mas estou certa que também vão conhecer muita gente que vive essa mesma realidade que vou descrever, e estou certa que estas palavras poderão ajudar a tomar uma decisão (assim o espero), ou talvez fazer pensar se realmente o que eu sentia não é o que poderão estar a sentir.

Iniciei uma relação com uma pessoa que me agradava, que me fez a corte, que me encantou com muitas qualidades e com muitos charmes, decidi investir numa relação, mas pouco tempo depois já sabia que isto não estava certo, que não daria certo (eu já vou explicar). Com o desenrolar das situações e da vida, acho que fui apanhada desprevenida e dei me conta, ou tentei fazer me acreditar, que isto poderia ser o certo e que até funcionava.
- reparem na expressão "até" -
Pois a realidade é que se usarem esta expressão em relação a pessoa com quem estão ou ao vosso relacionamento, o mais certo é que vai acabar amargamente. No meu caso foi muito violento, não estava a contar com tanta violência, mas a realidade é que sabia o fim iminente.
Uma relação que durou 3 anos sem ter nenhum futuro desde o início. Estava encantada no início, mas nunca estive apaixonada, nunca consegui, nunca fui capaz, era uma relação nim/nim. Não era o suficiente para mim, mas também não era motivo para acabar.
Gostava dele, é certo, e bastante, mas não me preenchia enquanto mulher, enquanto companheira, enquanto parte de uma equipa.
Acho que nunca fomos uma equipa, talvez egoísmo de um dos lados, dos dois, falta de envolvimento, a realidade é que esta relação nunca me encheu as medidas, nunca foi suficiente, nunca foi o que chegasse, nunca me fez voar, nem nunca me deu tesão nenhum. Nunca me entendeu nem sequer me conhecia, nunca soube os meus gostos e nunca se deu ao trabalho de oferecer prendas com o coração (e não só com a carteira).
Pensava ter sido clara ao início, mas acho que a outra parte acha sempre que consegue chegar a um ponto ao qual nunca chegará - acreditem, nunca se chega mesmo, nunca há amor de um que chegue pelos dois, nunca há nada que valha a pena se não for o pacote completo, o 100% - .

Quem ainda tiver coragem de estar a ler este longo texto, já se perguntará, se era tudo mau, tudo mais ou menos, porque estavas com ele?

Estava com ele, como acredito, muita gente está, porque era tranquilo, porque era sinal de estabilidade, porque tinha as vantagens de vida em casal, porque era simples. A realidade? É que com o tempo, deixa de o ser, a frustração invade-nos e acabamos por cometer falhas, por ter momentos de alheamento e afastamento da realidade, por haver momentos de raiva. Isto tudo doseado com a falta de afecto, de intimidade, de afastamento. O corpo fica em falta, o espírito revolta-se, mas a vida faz nos pensar que isso é secundário, tudo o resto é que interessa.
Não, nada é mais importante que a intimidade, se há casal que não combine a esse nível - com qualquer tipo de explicação de qualquer das partes - não há casal que sobrevive.

A falta de sexo torna-nos amargos, torna-nos tristes, torna-nos revoltados, aí a vida negra começa, mas a realidade pesa e tudo se mantém...

Este é um grito para avisar que não há relações nim/nim que resultem, não se pode estar com uma pessoa que não seja a 100%. Não se pode estar com uma pessoa que não nos complete, não se pode estar com uma pessoa que não nos satisfaz sexualmente, não se pode estar com uma pessoa que não nos faça sentir mulher, só porque a realidade nos empurra a isso. Não falo de fases, falo de problemas de bases que se sabem existir e que se ignoram só porque a realidade pesa.

Pensem bem na vossa vida, na vossa alma... A realidade??? Ela que se foda, mas não fiquem nessa relação nim/nim que vai sempre quebrar de um lado, e vai criar dor e mágoa e violência que não se justifica.

Tenho ainda a dizer que gostava e ainda gosto da pessoa apesar de toda a falta de respeito, dor e mágoa pela qual me fez passar. Mas nunca foi amor, nunca foi paixão, nunca foi tesão... Apenas e somente, medo da solidão.

Para as corajosas que ainda estão a ler isto... Vale a pena pensar nisso não?

8 comentários:

  1. uma pessoa não sabe o que isso é enquanto não passar por isso e eu acho que ao inicio uma pessoa pensa bem ainda vai no inicio vamos ver como sera no futuro pois nem toda a gente se apaixona imediatamente mas se depois de tanto tempo não se sentires feliz nem bem contigo mesma por ainda estares nessa situação o melhor é mesmo libertar para conseguires viver a vida a que tens direito..e muitas pessoas dizes ah e o sexo não é tudo mas faz parte pois uma relação não vive só de beijinhos e sabe bem ter alguem que nos faça sentir mulher, sim que beijinhos mas que tambem nos dê prazer porque todos temos esses desejos.
    Irás ver que vais encontrar esse alguem que te fará feliz! =)
    Bjinhu*

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    1. E enquanto não encontrar o certo... Vou me divertindo com os errados:)

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  2. acabei de escrever um texto no meu blogue que parece uma resposta a este teu texto. mas foi escrito antes! há com cada coincidência =)

    e tal como lá disse, quero tudo, a 100%. para ser a 50%, mais vale estar quieta!

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  3. Concordo totalmente com o escreveste.
    Foi por isso que até hoje recusei todas as relações amorosas que me surgiram à frente, pois por muito que gostassem de mim, de nada valia a pena se eu não estive a dar 100% na relação. Infelizmente nunca me apaixonei por ninguém, mas quando acontecer (pode nunca acontecer) espero puder dar, e receber 100%.
    Mas, ânimo nisso! O que interessa é continuar em frente de cabeça erguida!

    Beijinhos ^.^

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  4. Li tudo e concordo contigo, vale a pena pensar no assunto.
    Beijinhos

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  5. Olá.

    Compreendo o que dizes, todos gostamos de ser o centro das atenções de alguém, as carnais incluídas, mas se não estamos dispostos a fazer o mesmo, então aí já acredito que estamos a ser desonestos. Connosco e com a outra pessoa.

    Imagina que és tu, que estás x anos com alguém que amas e ao final desse tempo, de uma forma mais ou menos óbvia, te vês sem o alvo do teu amor. Eu reagia de forma violenta.
    As pessoas escolhem por norma, o caminha mais fácil, o de deixar andar, de optar não admitir que tanto tempo se empenhou e agora se chegou ao fim da linha. E sempre se adia o fim por causa disso, e depois é porque passou ainda mais tempo.

    Acredito que cada um é livre de ser feliz e lutar por isso, mas se dizes ao princípio já sabias que não ia resultar, dares continuidade a esse relacionamento, passava a mensagem contrária. E não, não é justo. Para nenhum dos dois. Para ti que sempre soubeste, e para ele que pensou ser capaz de mudar isso.
    Talvez ele pudesse ter feito mais, talvez tu pudesses também, aqui já é uma zona cinza. Quando não dá, não dá simplesmente e arrastar o fim disso, apenas faz mal, tira tempo e qualidade às nossas vidas.

    Sabes, não concordo quando dizes que ainda gostas da pessoa, mas que estiveste com ela por medo da solidão. Dentro de mim, essas duas coisas não andam de mãos dadas. Se se gosta, está-se por isso, sendo que gostar não é amar nem desejar. Se é para não estar só, sentimentos não são equacionados. Essa é a minha opinião sincera.

    Quanto ao sexo, ou falta dele, tem a ver com muitos factores o acaso de não ser o que dele necessitavas e muitas vezes, isso acontece independentemente de haver o amor e/ou o desejo. Penso também que o sexo faz falta numa relação, pois é nele que nos encontramos com o outro, que muitas vezes o descobrirmos, e deixando-me de romantismos, sabe bem e quer-se abundante. Um casal que se separa na cama, separa-se fora dela, mesmo inconscientemente.

    Não te julgo nem posso, não é meu direito. Apenas acho que podias ter andado mais tempo a tentar ser feliz do que estar de face voltada para algo que te era óbvio não ser isso mesmo. Mas isso tem a ver com o limite próprio de cada um em relação às coisas.

    Sim, vale a pena pensar no assunto, o de ser feliz.

    Tudo de bom.

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